/
/
BRASIL PROMULGA CONVENÇÃO DE MINAMATA SOBRE MERCÚRIO
Share on facebook
Share on google
Share on twitter
Share on linkedin
Share on email
Share on whatsapp

BRASIL PROMULGA CONVENÇÃO DE MINAMATA SOBRE MERCÚRIO

Brasil promulga Convenção de Minamata sobre Mercúrio

15 Agosto 2018  

O Brasil deu hoje o último passo para se tornar membro pleno da Convenção de Minamata sobre Mercúrio. O Diário Oficial da União publicou nesta quarta-feira (15) o Decreto 9.470, assinado pelo presidente Michel Temer, que promulga o texto do tratado internacional que limita o uso do mercúrio no território brasileiro.
Com a promulgação, o país irá retomar a importação de mercúrio com restrições. Em maio, o Ibama bloqueou a entrada no país de uma carga de 1,7 tonelada de mercúrio no Porto de Itajaí (SC). O destino provável da carga eram os garimpos ilegais na Amazônia.

O decreto estava desde o ano passado parado na Casa Civil. O WWF-Brasil apurou que um dos motivos do atraso era a exigência de um depósito de pouco mais de US$ 197 mil devidos às Nações Unidas neste ano em decorrência da adesão à Convenção de Minamata.

A promulgação de hoje é essencial para que o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) melhore o controle sobre a importação do metal, altamente tóxico, causador de doenças neurológicas.

A Convenção de Minamata é um tratado internacional assinado em 2013. Ao todo, 128 países fazem parte da convenção, considerada o primeiro tratado multilateral firmado no século 21.

O nome do acordo é uma referência às vítimas que morreram após consumirem peixes contaminados por mercúrio da Baía de Minamata, no Japão.

Desafios

Em julho de 2017, o texto foi ratificado pelo Congresso Nacional, o que permitiu que o Brasil passasse a fazer ser parte da convenção, mas é a promulgação que faz com que o acordo tenha força de lei no território brasileiro. A partir de agora, o país passa ter direito a voto nas conferências das Nações Unidas sobre o tema.

“Com a promulgação o Brasil tem agora o desafio de implementar a convenção, o que significa, na prática, elaborar um plano de ação para conter o uso do mercúrio na mineração de ouro em pequena escala e controlar os resíduos gerados pela indústria de lâmpadas e de cloro e soda cáustica, por exemplo”, afirma Jaime Gesisky, especialista em Políticas Públicas do WWF-Brasil.

Segundo ele, o principal objetivo da Convenção de Minamata é substituir e, em alguns casos, eliminar o uso do mercúrio, evitando a contaminação ambiental e humana.

Rever o uso do mercúrio em produtos e processos industriais e estabelecer medidas de controle das emissões na atmosfera, no solo e na água fazem parte do tratado.

O armazenamento provisório e a eliminação de resíduos do mercúrio também constam da convenção.

O acordo prevê ainda regras de controle da mineração artesanal, que utiliza o metal pesado em sua forma líquida para separar o ouro. Este é um dos principais problemas ambientais causados pelo mercúrio no Brasil.

“A Convenção de Minamata pode melhorar o padrão de vida de milhões de pessoas expostas ao mercúrio, especialmente os mais vulneráveis. A promulgação dará voz ao Brasil e fará jus aos esforços empreendidos pelo governo brasileiro nos últimos anos para que a convenção se tornasse realidade”, comentou a representante da ONU Meio Ambiente no Brasil, Denise Hamu.

brasgonden – imprensa

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *