ERGONOMIA PARA O CAMINHONEIRO

ERGONOMIA PARA O CAMINHONEIRO

CAMINHONEIRO – A MOVIMENTAÇÃO DO MUNDO!

Se analisarmos bem, o caminhoneiro “MOVE O MUNDO”. Sem transporte, não há vida…

VAMOS FALAR SOBRE A QUALIDADE DE VIDA DO CAMINHONEIRO

Esse profissional é de importância vital para todo mundo daí ser fundamental o cuidado com sua saúde.

O trabalho dos caminhoneiros é um dos mais exigentes no que se diz respeito à necessidade de boas condições físicas e mentais , simultaneamente. A realidade é bem outra, eles queixam-se de dores nas pernas , por ficarem muito tempo sentados, apresentam obesidade, diabetes e hipertensão.
Citaremos aqui alguns tópicos de risco nesse trabalho

Perigo nas estradas
Há diversos estudos relatando as péssimas condições ocupacionais dos transportadores de cargas  e os prejuízos à saúde trazidos por maus hábitos alimentares, decorrentes, na maioria dos casos da pressão por entrega de cargas em um tempo predeterminado .

Riscos Cardiovasculares
O estilo de vida convencional dos caminhoneiros estimula o aparecimento de diversos problemas de saúde. Entre eles há uma grande proporção de pessoas com vida sedentária, alimentação inadequada, sobrepeso e hipertenção, agravada no caso dos fumantes. Com todos estes fatores, quem mais sofre é o coração, advindo as coronariopatias.

Riscos de acidentes
Conforme estudo realizado junto à categoria, os riscos de acidentes com motoristas de caminhão são 3,5 vezes maiores entre os que têm doenças degenerativas. É de conhecimento da comunidade científica que a obesidade é o fator de risco independente mais importante para o desenvolvimento da Síndrome da Apnéia Obstrutiva do Sono (SAOS) – ocorrência de paradas respiratórias recorrentes durante a noite devido à obstrução das vias respiratórias superiores e grande parte da população de motoristas de caminhão é obesa. De acordo com pesquisas, este quadro de parada respiratória, à noite, tem como conseqüência a fragmentação do sono e a ativação do sistema nervoso simpático, causando grande sonolência diurna. Com a existência de um tempo predeterminado para que sejam efetuadas as entregas, os caminhoneiros apelam para recursos que os mantenham vigilantes o maior tempo possível, caindo conseqüentemente no uso de substâncias químicas que podem causar dependência física além de outras complicações para o organismo.

Uso indiscriminados de Cafeína 
Segundo o Centro Brasileiro de Informações Sobre Drogas (Cedrid), da Escola Paulista de Medicina, utilizando-se de 85 a 250 miligramas, a cafeína causa bem estar e melhoria da atenção e do pensamento. Mas acima de 250 miligramas, provoca nervosismo, inquietação insônia e tremores.

Uso de Anfetaminas
(Moderex, Hipofagin, Inibex, Desobesi, Reactivan, Pervertin, Preludin Metanfetamina e … ice, bolinha, rebite, boleta)
Segundo o Sindicato dos Motoristas de Caminhões de Cargas (Sindicargas) – que tem 20.300 associados em São Paulo – a média da carga horária da categoria oscila entre dezessete e vinte horas.

Pesquisadores colheram amostras de urina de 113 motoristas voluntários para exame. O grupo que mais chamou a atenção foi o de usuários de anfetaminas, seguidos por usuários de maconha e de cocaína. Apelidadas de “bolinhas ou arrebite” pelos motoristas, as anfetaminas ou estimulantes quase sempre são combinadas a doses de conhaque, o que produz um efeito devastador no organismo.
Em um primeiro estágio, a substância femproporex, presente em vários medicamentos vendidos no Brasil, atua no sistema nervoso central, diminuindo a sensação de fadiga e sono. Esses sintomas considerados como “positivos” pelos usuários provocam taquicardia e alterações cardiovasculares. As piores reações, porém, acontecem quando os efeitos da droga cessam: A pessoa passa a sentir uma depressão profunda e uma vontade incontrolável de dormir. O sono repentino pode ser precedido de alucinações quando a anfetamina é usada por vários meses seguidos – explica o coordenador da pesquisa, Ovandir Silva.

A obrigação de manter-se acordado por longas horas é regra, afirma o presidente do Sindicargas, José Carlos Sena. Ele denuncia que leis cruéis do mercado transformam os motoristas em “zumbis” que trabalham a beira do esgotamento físico e mental.

Descuido na Alimentação
Fazer refeições fora de horários fixos agrava os problemas de obesidade e os distúrbios cardíacos. Em um estudo realizado, mostrou se que os caminhoneiros consomem mais calorias que o recomendado por instituições especializadas em alimentação .

A média do valor calórico dos motoristas que atuam em horário irregular é de 300 calorias acima da média dos motoristas em horários fixos.  Esta vida desregrada que os caminhoneiros levam, acaba levando-os à obesidade, que traz como conseqüências problemas cardíacos e ortopédicos ( Lombalgias, dores nos joelhos, etc.) .

Riscos Ergonômicos – Lombalgias e sedentarismo
Sedentarismo combinado com movimentos repetitivos, além da obesidade, trazem danos à estrutura física dos caminhoneiros. Os motoristas queixam-se sobretudo de dores lombares, cervicais, fraqueza, edemas (inchaço), e sensação de peso nos membros inferiores. Entre os fatores de risco ergonômico, apontamos a repetição constante dos movimentos, vibração, uso de força incompatível com a capacidade do indivíduo e solicitações repetitivas e cumulativas do aparelho locomotor – coluna, pernas e braços.

Relatos de úlceras no trato digestivo, distúrbios renais, cefaléias, hemorróidas e lesões de coluna cervical também são comuns.

Recomendações para combater problemas de postura e esforços físicos excessivos:

* Utilização de assentos com ângulo de 100º entre a base e o encosto, com altura do encosto e do assento ajustáveis, e construídos de material denso, com amortecedores para absorção de impactos.

* Apoio bilateral para membros superiores.

* Suporte para a região cervical capaz de limitar os movimentos bruscos.

* Suporte para região lombar intermitente para trajetos instáveis

* A cada 60 minutos fazer uma pausa e aplicar a “Ginástica do Gato”

PESQUISA CIENTÍFICA – Dada a importância do tema, trouxemos aqui um pesquise científica importantíssima:

OBJETIVO: Investigar a prevalência da lombalgia em caminhoneiros e verificar os possíveis fatores de risco relacionados à presença da dor lombar.
RESULTADOS:

OBJECTIVE: To investigate the prevalence of low back pain in truck drivers and check for possible risk factors related to the presence of low back pain. METHODS: A questionnaire was developed including personal factors such as age, practice of physical and sports activities, general health habits, occupation-related issues, and factors associated with low back pain. The body mass index (ratio of body weight to the square of height, kg/m²) was calculated. Of 489 male truck drivers assessed, 410 were enrolled into the study. The statistical analysis was divided into 2 stages: descriptive analysis of data, and binary logistical regression, where the response (dependent) variable (presence of low back pain) was associated with each independent variable to check for correlation with low back pain. RESULTS: Of the 410 truck drivers evaluated, 242 (59 percent) presented with low back pain, while 168 (41 percent) did not have low back pain. The only factor correlated with the presence of low back pain was the number of working hours; the other factors had no correlation with low back pain. CONCLUSION: The prevalence of low back pain in truck drivers was 59 percent. The number of working hours was the only variable associated with occurrence of low back pain, with an average of about 1 hour longer work time for drivers with low back pain compared to those without it and with an odds ratio of 1.07 (P = 0.026).

OBJETIVO: Investigar a prevalência da lombalgia em caminhoneiros e verificar os possíveis fatores de risco relacionados à presença da dor lombar. MÉTODOS: Foi elaborado um questionário que abordou fatores pessoais como: idade, prática de atividade física e esportiva, hábitos gerais de saúde, questões relativas ao exercício profissional e fatores relacionados à lombalgia. Calculou-se também o índice de massa corpórea através da relação entre o peso corporal e o quadrado da estatura. Foram avaliados 489 caminhoneiros do sexo masculino e selecionados 410 para o estudo. A análise estatística foi dividida em duas etapas: análise descritiva dos dados e regressão logística binária, na qual a variável resposta (presença da dor lombar) foi associada às demais variáveis, a fim de verificar sua correlação com a lombalgia. RESULTADOS: Dos 410 caminhoneiros avaliados 242 apresentaram lombalgia, correspondendo a 59 por cento da amostra e 168 não apresentaram dor lombar, correspondendo a 41 por cento da amostra. Dentre os fatores estudados o único que apresentou correlação com a presença da lombalgia foi o número de horas de trabalho. Os demais fatores considerados associados ao risco não apresentaram correlação com a dor lombar. CONCLUSÃO: A prevalência da lombalgia nos caminhoneiros foi 59 por cento. O número de horas de trabalho foi a única variável que apresentou associação com a ocorrência da lombalgia, sendo que para cada hora de trabalho diário, o risco de o caminhoneiro apresentar dor lombar aumenta 7 por cento.

PESQUISA COMPLETA – http://bases.bireme.br/cgi-bin/wxislind.exe/iah/online/?IsisScript=iah/iah.xis&src=google&base=LILACS&lang=p&nextAction=lnk&exprSearch=439367&indexSearch=ID

ARTIGO INTERESSANTE – ERGONOMIA PARA CAMINHONEIROS MELHORA O DESEMPENHO, A SAÚDE E A QUALIDADE DE VIDA!

E PARA DESCONTRAIR!!
Frases de Caminhneiros:
http://stasiak.br.tripod.com/caminhoneiros/caminhoneiros1.htm

ABCAM – Associação Brasileira dos Caminhoneiros – http://www.abcam.org.br/

Osny Telles Orselli

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