ERGONOMIA – COMPRESSÃO E QUINAS VIVAS – CUIDANDO DOS MEMBROS SUPERIORES

ERGONOMIA – COMPRESSÃO E QUINAS VIVAS – CUIDANDO DOS MEMBROS SUPERIORES

CUIDADO COM A COMPRESSÃO E AS QUINAS VIVAS 

CUIDANDO DOS MEMBROS SUPERIORES NA ERA VIRTUAL:(este artigo foi rreeditado dada a suma importâncai para todos)

Por que resolvemos falar sobre postura e mais sobre os apoios para punhos?

Resolvemos falar sobre isso porque, mesmo tendo em nosso grupo vários ergonomistas, percebemos que muitos se esquecem das orientações cansadamente e exaustivamente explicadas e corrigidas pelo nosso pessoal e daí imaginarmos como deve ser em locais onde a Ergonomia não é a palavra chave. Resumindo, estamos falando do assunto por considerarmos de grande relevância para toda população!

Como sabemos, o computador faz parte do cotidiano de muitas pessoas, seja para fins profissionais, seja para estudos ou seja para diversão. Cada vez mais crianças se utilizam de computadores, games e fones inteligentes!

Como consequência, esse pessoal acaba passando horas e mais horas por dia na frente do computador trabalhando, imerso no mundo virtual ou mesmo no mundo imaginário dos joguinhos, e esta situação pode, mais cedo ou mais tarde, resultar em problemas de saúde. Para ajudar a evitar estes problemas que podem se agravar terrívelmente e de forma irreversível, vamos trazer alguma orientações e hoje, com um foco no cuidado para com os membros superiores. Aproveitaremos pára falar nos apoios para punhos disponíveis no mercado e apoio para antebraços disponíveis em nosso mundo mágico da ergonomia

Mesmo em cuidado dos membros superiores, não podemos esquecer das cadeiras. Evidente, não podemos deixar de lembrar a postura da cadeira…

Manter a postura correta na cadeira, e na cadeira correta é fundamental!

Ao se sentar, mantenha suas costas retas, de forma que estas se apoiem no encosto da cadeira. Neste sentido, não use cadeiras com encosto curto e tome cuidado para não deixar este item incorretamente inclinado, quando for possível ajustá-lo. O apoio da lombar é fundamental. Costas eretas, auxilia, também na oxigenação geral do corpo

Também evite deixar seus ombros caídos e não adiante suas pernas de forma que seus pés fiquem muito à frente da linha dos joelhos, como se você fosse se deitar – é importante deixar suas coxas quase que totalmente posicionadas no assento da cadeira. Nem para frente, nem para traz. Cuidado com as cadeiras,use cadeiras confortáveis, ergonômicas e mantenha a postura correta ao sentar : lombar e pés implantados corretamente. NUNCA COMPRIMA!

Se  a cadeira é muito alta, use um apoiador para os pés. Evite jogar os pés para traz, assim como cruzar ou dobrar as pernas enquanto permanecer na cadeira, mais uma vez…nunca comprima!

Agora, vamos falar da posição na mesa e do tipo de mesa ou melhor, do tipo da borda da mesa…

Nunca esquecer…mantenha os cotovelos na mesma aultura dos pulsos e cuidado com as quinas vivas.

Ao trabalhar no computador, o ideal é apoiar os braços na cadeira (apoio de braços) assim os cotovelos não ficam abaixo da linha dos pulsos. Desta maneira, você conseguirá usar todo o braço para manipular o teclado e o mouse. Os pulsos também não podem ficar muito abaixo da linha dos dedos.

Um alerta ainda maior: no computador, comendo, lendo ou mesmo jogando baralhos, cuidado com as quinas vivas…

Por que essa preocupação?

Por conta das patologias IRREVERSÍVEIS, EVITÁVEIS, associadas a posturas erradas.

Várias  patologias que vem ganhando destaque na era virtual, vamos falar agora sobre duas delas  a Síndrome do Túnel do Carpo e a Neurite do Nervo Ulnar.

Síndrome do Túnel do Carpo

A Síndrome do Túnel Cárpo é uma patologia  – neuropatia que ocorre pela diminuição do tamanho do túnel do carpo, com consequente compressão do nervo mediano. Esta compressão ocorre quando os tecidos que rodeiam os tendões flexores no punho (bainhas sinoviais) inflamam, provocando um inchaço que exerce pressão sobre o nervo mediano.

O nervo mediano no canal do carpo é uma estrutura que se localiza entre a mão e o antebraço.

São assinalados mais de 150 mil casos por ano (Brasil), aumentando drásticamente nos últimos anos

Causas

O nervo mediano fornece sensação e movimento ao lado da mão em que está o polegar (a palma, o polegar, o indicador, o dedo médio e para o lado do dedo anular mais próximo do polegar).

A região do punho por onde os nervos chegam até a mão é chamada de túnel carpal. Esse túnel normalmente é estreito, de modo que qualquer edema pode comprimir o nervo e causar dor, dormência, formigamento ou fraqueza – sintomas da síndrome do túnel do carpo.

A principal causa da síndrome do túnel do carpo é a Lesão do Esforço Repetitivo(LER), gerada por movimentos repetitivos, como digitar ou tocar instrumentos musicais. Existem também causas traumáticas (a exemplo de quedas e fraturas), inflamatórias (artrite reumatoide), hormonais e medicamentosas e mais ainda, por compressões que acarretam além da fadiga do nervo, o bloqueio circulatório. Essa fadiga acompanhada da falta de oxigenação pode desencadear um processo inflamatório sistêmico. Tumores também estão entre as possíveis causas dessa síndrome porém, em casos muito menos observados.

Vários fatores têm sido associados à síndrome do túnel do carpo. Embora por si só não sejam capazes de causar a doença, esses fatores podem aumentar suas chances de desenvolver ou agravar lesão do nervo mediano. O uso inadequado de ferramentas é uma delas.

Sintomas de Síndrome do túnel do carpo

Os principais sinais e sintomas da síndrome do túnel do carpo incluem:

– Dormência ou formigamento do polegar e dos dois ou três dedos seguintes, de uma ou de ambas as mãos

– Dormência ou formigamento da palma da mão

– Dor que se estende até o cotovelo

– Dor no punho ou na mão, de um ou dos dois lados

– Problemas com movimentos finos dos dedos (coordenação) em uma ou ambas as mãos

– Desgaste do músculo sob o polegar (em casos avançados ou de longa duração)

– Movimento de pinça débil ou dificuldade para carregar bolsas (uma queixa comum)

– Fraqueza em uma ou ambas as mãos.

– Complicações associadas a artrites inflamatórias e complexos auto imunes agravam a patologia e somatizam-se com esforços repetitivos

Prevenção:

– evitar esforços mesmo que leves, contínuos por mais de 50 minutos ininterruptos

– fazer hidratação constante

– evitar compressão

– evitar posturas não-neutras a nível do punho (hiperextensões ou hiperflexões);

– alternar, entre as duas mãos, os movimentos associados à realização das tarefas;

– fazer pausas periódicas no movimento em questão, diminuindo a repetibilidade;

– fazer movimentos circulatórios e rotatórios periodicamente

– fazer exercícios de relaxamento a nível dos punhos e mãos ao longo do dia de trabalho

– esticar, relaxar e alongar – fazer a “Ginática do Gato” a cada 50 minutos

Neurite do Nervo Ulnar (COMPRESSÃO DO NERVO ULNAR)

O nervo ulnar é um dos três mais importantes nervos do braço.Ele segue um trajeto próximo dos ossos do membro superior, na região da parte interna do braço. Ao nível do cotovelo ele passa por um “túnel” ósteo-fibroso, que chamamos de túnel cubital, o qual esta localizado na porção posterior e medial do cotovelo. Nesse local é possível sentir o nervo. Após passar o cotovelo, esse nervo segue por entre músculos, até atingir a mão.

O nervo ulnar é responsável pela sensibilidade do 5º dedo e da metade interna do 4º dedo, o anular. Além disso é o responsável pela inervação de alguns músculos importantes do antebraço e de músculos pequenos, mas importantes para o movimento da mão.

A compressão do nervo ulnar  é a segunda mais comum compressão de nervo nos membros superiores. Existem causas que levam a compressão do nervo ulnar ao nível do cotovelo, tais como: sequela de fratura, esporões ósseos causados por tração muscular, cistos e luxação da cabeça medial do triceps. Contudo, na grande maioria das vezes, não sabemos determinar a causa exata dessa compressão. Sabemos, ainda, que muitos pacientes dormem com os cotovelos fletidos, aumentando a pressão sobre o nervo ulnar ao nível do cotovelo e, como isso é realizado de maneira repetitiva, pode levar a sintomatologia de compressão do nervo ulnar. Não é incomum pacientes reclamarem de acordar no meio da noite com os 4º  e 5º dedos com formigamento (o que chamamos de parestesia) ou podem ter dor nesse local.

Em nossa observação diária, verificamos a compressão desse nervo em casos onde as mesas apresentam quinas vivas. Além da compressão, há um bloqueio  da circulação oque que faz com que haja uma diminuição da oxigenação e da drenagem o que acarreta agravamento do sintoma, podendo provocar inflamação e até, mais gravemente, a necrose do nervo em situações mais agudas.

Para quem interessar, vamos explicar como ocorre essa patologia e seu respectivo agravamento:

O nervo ulnar origina-se do cordão medial do plexo braquial e corre na porção medial do braço emergindo na região chamada arcada de Struthers no tríceps medial. Corre até o cotovelo medial passando pelo túnel cubital vai para a arcada de Osbourn e caminha pelo antebraço medial até o canal de Guion no punho. Até aqui, é apenas uma explicação com nomenclaturas técnicas. Continuando para que todos percebam onde as quinas podem interferir diretamente.

O nervo lança ramos motores para a musculatura intrínseca da mão e ramos sensitivos para a porção medial do 4º dedo e todo 5º dedo. Resumindo, o nervo percorre todo braço do ombro até as extremidades dos dedos.

O nervo ulnar pode ser lesado em qualquer região de seu trajeto e então há perda da sensibilidade da sua região de inervação e a deformidade da mão conhecida como mão em garra. Vejam, aqui é que pautamos a nossa observação. As quinas vivas proposciam essa lesão por compressão contínua.

Em casos agudos, após a lesão ser instalada há um aumento na concentração das enzimas hidrolíticas dentro de 12 horas da lesão, que é associada com a perda de proteína básica da bainha. A bainha de mielina entra em colapso em gotículas de gordura do citoplasma de células de Schwann. Essas gotículas subsequentemente fazem extração no espaço endoneural e são fagocitadas por macrófagos. Conforme este processo ocorre, as células de Schwann começam a proliferar, especialmente ao redor do espaço produzido quando há corte do nervo. Essas alterações acontecem dentro de 14-21 dias após a lesão e o resultado final é um tubo endoneural vazio com as células de Schwann proliferativas.

No caso da compressão constante em uma quina viva, o processo é crônico podendo ser até mais agressivo que o processo agudo. Imaginando-se doses mínimas diárias estimulantes constantemente, temos um processo onde ocorrem micro lesões e micro estímulos periódicos até que seja instalada uma lesão de caráter mais grave tendo como resultado um tubo endoneural vazio como o obtido em lesões agudas sendo mais agravado pela constante falta de oxigenação local.

O novo crescimento do axônio ocorre no tubo endoneural desde que ele esteja intacto. Contudo, quando há o rompimento do nervo, e conseqüentemente um espaço no tubo no local da lesão, a regeneração é improvável, a menos que o nervo seja suturado ou enxertado, caso a sutura direta seja impossível.

Geralmente, as dores inicias passam despercebidas e quando se instala uma dor maior a patologia já instalado poderá estar em nível de irreversibilidade.

Para a melhora do quadro é necessária a reconstrução do nervo o mais rápido possível, afastamento do local de trauma e muitas vezes intervenção cirúrgica.

Algumas vezes é necessário o uso de enxerto nervoso do nervo sural e mais recentemente o uso de neurotubos (condutores nervosos).

Para melhorar a sensibilidade do procedimento o robô cirúrgico pode ser usado, ele filtra os microtremores e magnifica a imagem de acordo com a necessidade do cirurgião mantendo a visão em 3 dimensões. Mesmo assim essa é uma lesão grave e mesmo com todos os cuidados, em se dependendo da gravidade, resultados não tão animadores podem ocorrer. (eu particularmente não conheço nenhum paciente onde houve reversão total do quadro).

Evidente que existam várias causas para que essa patologia se instale porém, algumas delas podem ser evitadas. Como queremos deixar claro, esses são “pequenos grandes detalhes” como uma “simples quina viva” que fazem com que acreditemos que a prevenção é a solução.

Concluindo é recomendável fazer exercícios, alongamentos e outras atividades físicas regularmente, a hidratação corporal e neuronal é fundamental – o corpo humano não foi preparado para ficar parado, e muito menos comprimido.

Lembrando da simples alegre eficaz e eficiente – Ginástica do Gato

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Pequenas ações e grandes reações!

Osny Telles Orselli

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