Para nossa equipe, dizemos que os projetos de EAS são obras elaborados a “Multiplas Mãos”.
A Arquitetura Hospitalar como de qualquer EAS é um ramo que envolve muitas especificações, exigências e regulamentações que garantem a segurança e bem-estar de pacientes e necessitam estar em conformidade legal.
Um projeto sincronizado com a utilização local com certeza irá minimizar riscos como contaminações cruzadas, maior segurança aos profissionais locais por conta de localização adequada de equipamentos, melhores performances operacionais, perfeito controle de salas como as salas limpas, centros cirúrgicos, refeitórios, lactários, entre outros, melhor aproveitamento de espaços restritos e, ainda, melhor ambientação direcionada. O projeto deve caminhar junto aos POPs e as Comissões internas, entendendo a necessidade de cada operacionalização.
Acreditamos que ainda veremos o Arquitetura Clínica assim como a temos a Engenharia Clínica que é um campo do conhecimento que deriva da engenharia biomédica e elétrica e que foca na gestão de tecnologias de saúde, usando conhecimentos de engenharia e técnicas gerenciais para proporcionar uma melhoria nos cuidados dispensados ao paciente. Na projeção do estabelecimento o entendimento a saúde do usuário é fundamental.
Em um EAS, muitos são os quesitos técnicos a serem seguidos dada a complexidade da utilização do mesmo. Costumamos dizer que um Hospital é semelhante a um Hospital no sentido que a finalidade de ambos a “abrigar” pessoas temporariamente.
O sistema de HOSPEDAGEM é semelhante porém, a diferença está na necessidade particular de cada hospede.
Em ambos os empreendimentos, a saúde e o bem estar do hospede é fundamental.
Dizemos que a diferença da hospedagem é que no hotel o hospede usa a local como veículo e no hospital, o hospede usa a local como fim ou seja ele está no local para se restabelecer e, portanto, necessita de cuidados especiais.
Para cada necessidade, o local precisa estar em conformidade técnica com a essa necessidade.
Dentre os vários aspectos técnicos a serem seguidos em um projeto de EAS, o AR CONDICIONADO é um dos pontos mais significativos e que necessita de grande conhecimento técnico para ser projetado.
O trabalho do arquiteto é de fundamental importância e o entendimento técnico e operacional do local a ser projetado é fundamental daí a importância do projeto ser elaborado em “múltiplas mãos” ou seja, todos os usuários que farão parte do local a ser projetado precisam estar envolvidos.
Um EAS humanizado vai muito além de um belo design.
Neste artigo, traremos um muito breve resumo de como deve ser elaborado o projeto do ítem AR CONDICIONADO
Para o correto projeto e dimensionamento do Ar Condicionado, é necessário se estabelecer um MEMORIAL DESCRITIVO que deve enfocar principalmente a concepção das utilidades do empreendimento, incluindo: finalidade, classificação da área, caminhamento, dimensionamento, especificações técnicas e desenhos que completam o perfeito entendimento da utilização ponto a ponto.
O projeto deve ser elaborado com base nas seguintes NORMAS TÉCNICAS e recomendações:
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas;
NBR 16401 – Instalações de ar condicionado – Sistemas centrais e unitários
Parte 1: Projetos das instalações
Parte 2: Parâmetros de conforto térmico
Parte 3: Qualidade do ar interior;
NBR 7256 – Tratamento de Ar em Unidades Médico-Assistenciais;
RDC 50 – Normas para Projetos Físicos de Estabelecimentos Assistências de Saúde, Brasília, 2002;
ASHRAE (American Society of Heating, Refrigeration and Air Conditionig Engineers) – no caso da não existência ou de omissão das Normas ABNT, deverão ser respeitadas as recomendações constantes das publicações desta entidade;
SMACNA (Sheet Metal and Air Conditioning Contractors National Association) – manuais HVAC Duct System Design e HVAC Duct Construction Standards a serem utilizados na fabricação e Projeto das redes de dutos;
SMACNA / Manual for the Balancing and Adjustment of Air Distribution Systems – As recomendações contidas neste manual deverão ser seguidas por ocasião do “start-up”, balanceamento e regulagem das instalações;
AMCA (American Moving and Conditioning Association) – As normas desta associação deverão ser respeitadas em todos os assuntos referentes aos dispositivos de movimentação de ar (ventiladores, exaustores, etc).
Para cada setor, um estudo, um direcionamento, um projeto pois a qualidade do ar exigida é diferente para cada um desses pontos.
Estes foram alguns relacionados ao entendimento do dimensionamento e da especificação para o ítem AR CONDICIONADO.
Para cada ítem, um estudo, uma legislação a ser seguida e um direcionamento para elaboração de um projeto consciente.
Conhecer total e agir local, cada um em sua especialidade, todos juntos no mesmo projeto.
Criatividade, Sensibilidade, Design e Conhecimento Técnico , fatores indispensáveis para o perfeito desempenho do EAS.
AR CONDICIONADO um dos responsáveis pela manutenção das NOSSA SAÚDE.
A revista norte americana Newsweek desenvolveu uma pesquisa para estabelecer os melhores hospitais em 11 paises: EUA, Canadá, Alemanha, França, Reino Unido, Suiça, Coreia do Sul, Japão, Cingapura, Austrália e Israel. Brasil não participou dessa pesquisa. Conheça a metodologia utilizada. (abril de 2019)
Célia Wada