OMS recomenda substituição da vacina oral contra pólio por injetável no Brasil.
Conforme já havíamos esclarecido em nosso artigo anterior https://cmqv.org/polio-gpei-uma-breve-revisao-de-2023-e-foco-total-em-2024/ ) O Ministério da Saúde vai substituir gradualmente a vacina oral contra poliomielite pela versão inativada do imunizante a partir de 2024. A recomendação foi debatida e aprovada pela Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização que considerou as novas evidências científicas para proteção contra a doença. https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/not%C3%ADcia-%20ministra-anuncia-atualiza%C3%A7%C3%A3o-da-vacina-contra-p%C3%B3lio
ATUALIZAÇÃO
A partir de novembro, o Brasil substituirá a vacina oral contra a poliomielite, conhecida como gotinha, pela vacina injetável, em cumprimento à recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Esta mudança é um marco na luta pela erradicação da poliomielite e visa aprimorar a eficácia da imunização.
COMO SERÁ A IMUNIZAÇÃO?
A partir de novembro, a imunização contra a Pólio será feita com a vacina injetável VIP.
A VOP será retirada dos postos, provavelmente, entre 30 de setembro e 31 de outubro. Nesse período, não será feita vacinação de reforço nos postos.
A partir de 4 de novembro, as doses de reforço serão feitas com a vacina injetável VIP.
O esquema básico de vacinação contra a poliomielite é composto de três doses:
1ª dose: aos 2 meses de idade.
2ª dose: aos 4 meses de idade.
3ª dose: aos 6 meses de idade.
Reforço: aos 15 meses
A dose de reforço aplicada aos 4 anos, não será mais necessária.
A VOP só será utilizada para controle de surtos
Mais detalhes: https://www.youtube.com/watch?v=l6GhXK1g2fk&t=102s
O QUE SÃO AS VACINA VOP e VIP?
A vacina VOP é uma vacina da poliomielite oral que contém o vírus vivo enfraquecido (ou atenuado) da poliomielite. Ela é administrada por via oral, em gotas.
A vacina VIP é uma vacina injetável que contém o vírus inativado (morto).
Resumindo: VIP é uma vacina inativada – vírus morto e é aplicada injetável
VOP possui o vírus vivo, mas atenuado e é aplicado com a gotinha.
ESTAMOS AGUARDANDO INFORMAÇÕES E ORIENTAÇÕESDA OMS POIS, A PESAR DA VACINA SER INJETÁVEL, O MASCOTE DA CAMPANHA DEVERÁ CONTINUAR SENDO O NOSSO ZÉ GOTINHA!
POR QUE NÃO USAR MAIS A VOP?
VOP – Por conter vírus vivos, ainda que “enfraquecidos”, a VOP pode causar alguns eventos indesejáveis:
o Poliomielite associada à vacina (VAPP): Ocorre quando o vírus da vacina consegue causar poliomielite na pessoa vacinada ou em quem convive com ela. Isso pode acontecer de quatro a 40 dias após a vacinação. A taxa de registros é de um caso para cada 3,2 milhões de doses aplicadas. Esse risco é muito maior (quase o dobro) quando da aplicação da primeira dose. Para quem tem comprometimento do sistema imunológico, o risco é cerca de 3.200 vezes maior. No Brasil, entre 1989 e 2011, foram registrados 46 casos de VAPP, todos em crianças (um caso para cada 1,6 milhão de doses aplicadas). Os sintomas começam com febre, dificuldade de movimentação, dor e fraqueza dos músculos, principalmente das pernas, mas pode atingir os músculos usados na respiração. Depois de alguns dias, a dor desaparece, melhora a dificuldade de movimentação, mas os músculos começam a atrofiar e a amolecer.
o Meningite asséptica e encefalite: Apesar de muito rara, é um risco maior para crianças imunodeficientes. Trata-se de uma inflamação do cérebro ou das membranas que o protegem. Podem acontecer sintomas que afetam a consciência (alucinações, mudanças de personalidade, agitação, sonolência, torpor e coma), sintomas que refletem as áreas afetadas do cérebro, em geral relacionados com a orientação espacial ou a sensibilidade (perda localizada de movimento em determinada parte do corpo, falta de coordenação motora, movimentos involuntários, sensações estranhas ou perda de sensações em partes do corpo) e sintomas de irritação do cérebro (crises convulsivas).
o Reações de alergia: São raras e se devem aos componentes da vacina. Podem acontecer urticária e erupções na pele com coceira, mas não contraindicam doses subsequentes.
o Poliomielite por vírus derivado da vacina (VDPV): Acontece por uma instabilidade genética do vírus da vacina ou pela combinação do material genético do vírus vacinal com outros vírus que vivem no intestino, propiciando o surgimento de vírus mutantes capazes de causar poliomielite e de serem transmitidos para outras pessoas. Até o final de 2013, nenhum VDPV foi identificado no Brasil.
Fonte: https://familia.sbim.org.br/
Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm)
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Dra. Célia Wada – CRF-SP 7043 / CRF-RJ 34658