BRASIL NÃO TEM POLÍTICA DE DESCARTE DE REMÉDIOS E DEPENDE DE EMPRESAS

BRASIL NÃO TEM POLÍTICA DE DESCARTE DE REMÉDIOS E DEPENDE DE EMPRESAS

CMQV imprensa: Dra. Célia, sabemos que a senhora tem uma grande atuação frente as questões de lixo e resíduos e gostaríamos de saber qual sua posição frente a essa publicação

 

Dra. Célia Wada : É uma grande decepção ler uma reportagem dessa. Decepção por várias situações que essa matéria remete mas que, no fundo, só agride a mim como profissional farmacêutico pelo total descaso, desconhecimento e despreparo por parte de nossos colegas farmacêuticos. Agride, também, a falta de colocação exata frente as questões legais pois, no Brasil, exitem sim legislações que determinam os procedimentos que devemos ter, especificamente, para com os RSS – Resíduos de Serviços de Saúde

 

CMQV imprensa : Se a dra. está afirmando que existem legislações, como é possível que em vista de tanta informação e obrigatoriedade relativa ás questões de resíduos, existem tantos problemas com relação a esse segmento?

 

Dra. Célia Wada : Infelizmente, ações a respeito de um correto descarte já vem sendo aplicadas em alguns locais mas, da mesma forma que outras legislações existem mas não são cumpridas, essa é mais uma delas. Infelizmente os farmacêuticos ainda não se concientizaram que são eles que devem assumir a postura frente a essa questão e só a eles cabe a capacidade e a habilidade para tal. A GESTÃO DOS RESÍDUOS MEDICAMENTOSOS É EXCLUSIVAMENTE DE COMETÊNCIA DO FARMACÊUTICO.

 

CMQV imprensa : De acordo com a dra. as leis existem e são claras, quais são essas legislações?

 

Dra. Célia Wada: Temos as determinações Sanitárias e Ambientais. A ANVISA, através da RDC 306, o Ministério do Meio Ambiente, através do CONAMA – Resolução CONAMA 358 e até mesmo o Ministério do Trabalho através da NR32 que obriga a todos os RSS ter seu PGRSS por conta do cuidado para com os seus profissionais. As legislações são claras:  COMPETE AO GERADOR DAR O DESTINO CORRETO AOS SEUS RESÍDUOS. A GESTÃO DE RESÍDUOS É UMA QUESTÃO DE ANÁLISE DE RISCOS E SÓ O PROFISSIONAL CAPACITADO E HABILITADO PODERÁ DAR O DESINO CORRETO AOS RESÍDUOS ORIUNDOS DE SEU PROCESSO PRODUTIVO.

 

As leis são claras e ninguém se escusa de cumprir a lei alegando que não a conhece

 

CMQV imprensa – então pelo que entedemos, as leis existem mas não estão sendo cumpridas. é isso?

 

Dra. Célia Wada: Sim, as leis e os procedimentos existem mas, infelizmente, poucos são os locais em que toda essa padronização está sendo realizada e o PGRSS está realmente implantado. Não se pode afirmar que não estão sendo cumpridas mas podemos afirmar que muito tem que ser feito e que muita cosnciencia ainda tem que ser estimulada.

 

CMQV impensa: Dra. Célia, qual a sua avalição frente a essa problemática e a esses riscos?

 

Dra. Célia Wada: Minha avaliação é otimista. As questões ambientais ainda são pouco conhecidas. Muitos “achistas” ambientais existem, se apresentaram frente as questões ambientais simplesmente por “achare” que conhecem o assunto mas, hoje podemos dizer que Maio Ambiente é TUDO e, apenas uma equipe multidisciplinar pode resolver problemas e elaborar projetos para minimizar esses problemas e Gestão é, APENAS, prevenção. Quem não conhece o risco não pode avaliar o perigo e muito menos determinar sua proteção. Isso vale para os medicamentos. Medicamento não foi concebido para ter resíduo. Grandes hospitais tem sobras imensas de medicamentos mas isso não é responsabilidade direta da industria e sim, é falta de boa gestão por parte do administrador hospitalar, ou mesmo falta de gestão da equipe que preconiza os medicamentos. Medicamentos não em pós consumo impactante. O pós consumo de um medicamento deveria se, apenas, papel e embalagens e não medicamentos. Os resíduos de medicamentos

 

CMQV imprensa : Dra. Célia, qual sua opinião a respeito – será que os profissionais farmacêuticos que leram essa reportagem ficaram satisfeitos, indiferentes ou revoltados?

 

Dra. Célia Wada: Depende. Acredito que vá depender da atitude e do desempenho que cada um já esteja tendo diante dessa situação. Eu espero que tenham uma postura pró-ativa e façam valer  em seus estabelecimentos as legislações, suas responsabilidades, suas habilitades e que assumam essa bandeira em porl do DESCARTE LEGAL CONSCIENTE.

 

CMQV imprensa: Dra. Célia, qual a posição dos Conselhos de Farmácia frente a essas questões?

 

Dra. Célia Wada: O Conselho Federal de Farmácia e o Conselho Estadual de São Paulo ainda não se pronunciaram de maneira objetiva. Tivemos um posição do CFF no que tange ao reconhecimento da capacidade do profissional farmacêutico frente as questões ambientais e espero que, em breve, o Conselho Federal de Farmácia organize um manual de orientação  técnico, não apenas, uma coletânea de leis, mas sim, um manual de procedimentos técnicos e que de assessoria a todos os profissionais farmacêuticos os recapacitando para essa atuação. Os fundamentos técnicos dos medicamentos já é uma legitimidade dos farmacêuticos restando, apenas, que os mesmos conheçam um pouco mais sobre ferramentas de Gestão De Riscos

 

CMQV imprensa: Dra. Célia, pelo que podemos analisar, sua visão é otimista com realçaõ a esse fato, isso é real?

 

Dra. Célia Wada: Como sempre responde -DEPENDE – a visão é otimista mas temos que ter muita certeza do comprometimento de nossos profissionais farmacêuticos para que essa gestão seja uma gestão TÉCNICA consciente.

 

CMQV imprensa : Obrigada

 

Dra. Célia Wada : permaneço sempre á disposição e lembre: RESÍDUO NÃO É LIXO!

 

matéria veiculada na UOL: http://noticias.uol.com.br/meio-ambiente/ultimas-noticias/redacao/2013/05/03/brasil-nao-tem-politica-de-descarte-de-remedios-e-depende-de-empresas.htm

 

Brasil não tem política de descarte de remédios e depende de empresas

 

CORREÇÃO: Brasil TEM política de descarte de remédios e depende de empresas CUMPRIL-LAS LEGAL E CONSCIENTEMENTE

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