Estatal mapeou potencial econômico do Vale para projeto da Região Metropolitana; investimentos mudarão perfil de cidades
O levantamento do governo do Estado que embasou o projeto da Região Metropolitana do Vale do Paraíba aponta que a região vai receber mais de R$ 440 bilhões em investimentos do setor privado até 2015.
Os números levam em conta os 11 principais complexos industriais instalados no Vale: Petrobras, Embraer, Gneral Motors, LG, Johnson & Johnson, Ford, Votorantim, Nestlé, Ambev, Volkswagen e Gerdau.
“O Vale tem importância estratégica para o governo e para as empresas”, disse Edson Aparecido, secretário de Desenvolvimento Metropolitano. “Está localizado no eixo urbano mais importante do Brasil e da América do Sul, entre São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.”
O dinheiro será usado em projetos de expansão, modernização e construção de unidades, além do desenvolvimento de produtos.
Para Aparecido, a diversidade da atividade econômica na região abre a perspectiva de atrair ainda mais recursos. E ele aposta na consolidação da RMVale como vetor de desenvolvimento.
“A RMVale será o instrumento de planejamento que fará a região competir não com São Paulo, Campinas ou Rio de Janeiro, mas com Barcelona, Tóquio, Nova York e Londres. A região se compõe com uma fantástica diversidade, e isso é o mais rico dela”, afirmou.
A expectativa do governo é aprovar o projeto de lei que cria a RMVale até o final de novembro. Antes disso, os deputados organizarão cinco audiências públicas na região para debater a proposta.
Estrutura. Uma das principais missões da RMVale será garantir que o crescimento econômico ocorra de forma ordenada e sustentável.
Para tanto, o Conselho de Desenvolvimento da região deverá priorizar investimentos em infraestrutura, soluções em mobilidade e escoamento da produção industrial.
“O Conselho vai levar ao governo estadual os projetos, as demandas e, a partir deles, de forma compartilhada, os municípios e Estado encontrarão a melhor forma de captar e aplicar os recursos”, disse Luiz José Pedretti, vice-presidente da Emplasa (Empresa Paulista de
Planejamento Metropolitano), responsável pela elaboração do projeto da RMVale.
Segundo o deputado federal Carlinhos de Almeida (PT), após a criação da RMVale, a região passará a ser destino prioritário de recursos públicos e privados.
Cidades menores querem aproveitar “boom”
Roseira
Se por um lado o Vale do Paraíba mostra pujança econômica no setor industrial, 19 cidades têm a economia baseada em atividades do setor público. Neles, prefeitura e órgãos do Estado são os principais empregadores.
O desafio para essas cidades é diversificar a economia e atrair investimentos do setor privado. Elas enxergam na criação da Região Metropolitana do Vale do Paraíba uma chance de crescimento.
Marcos de Oliveira Galvão (PSDB), prefeito de Roseira, defende que as pequenas cidades se unam em torno da RMVale. “Para nós, isso representa uma luz no fim do túnel, já que as pequenas cidades estão desamparadas”, disse ele.
Um dos pontos positivos, segundo Galvão, é o fim das ligações de longa distância entre cidades da região. “Parece pequeno, mas já vai ajudar.”
Presidente do Consórcio do Vale Histórico e prefeito de Queluz, José Celso Bueno (PSDB) acredita que o planejamento regional feito através da RMVale poderá ajudar a desenvolver o turismo, setor vital para as pequenas cidades.
“É isso que pode favorecer a nossa região”. disse.