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FÁBRICAS TÊM EPIDEMIA DE LER
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FÁBRICAS TÊM EPIDEMIA DE LER

LER em fábricas é epidemia, diz laudo.

Levantamento preliminar do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e da relatora de Saúde e Direitos Humanos da ONU (Organização das Nações Unidas), a sanitarista Eleonora Menicucci, aponta uma epidemia de doença ocupacional nas fábricas do Vale do Paraíba.

O parecer foi apresentado ontem após uma assembléia que reuniu cerca de 120 metalúrgicos e funcionários da indústria química e de alimentação portadores de LER (Lesão por Esforço Repetitivo), na sede do sindicato.

“Encontramos um quadro bastante grave na região que já caracteriza uma epidemia”, disse Eleonora, que também é professora da Universidade Federal de São Paulo –antiga Escola Paulista de Medicina.
Eleonora disse que vai estudar os depoimentos prestados ontem junto com os dados do setor de saúde do sindicato e preparar um relatório para ser apresentado em novembro ao comitê internacional de Direitos Humanos da ONU, em Washington (EUA).

“A LER é uma questão de direitos humanos porque é possível de prevenir”, disse a sanitarista.

Na assembléia de ontem também foi criada uma comissão de trabalhadores com lesões e doenças ocupacionais. Ontem a noite o grupo iria participar de uma audiência pública na Câmara junto com sindicalistas e representantes da DRT (Delegacia Regional do Trabalho).

Segundo o departamento médico do Sindicato dos Metalúrgicos, a situação seria mais grave na LG. Philips, com 941 trabalhadores afastados do trabalho em razão da doença de janeiro de 2001 a dezembro de 2003. A empresa contestou a informação

Para Eleonora, as únicas formas de diminuir a incidência das lesões por esforço repetitivo são a reduções da jornada sem redução de salários e o aumento das pausas para descanso.

Segundo ela, o problema também foi encontrado entre funcionários da Embraer e General Motors, entre outras. “Em todo o país entre 75% e 80% dos lesionados são mulheres”, disse.

A DRT não reconhece os números do sindicato. Segundo o sindicato, muitos dos trabalhadores portadores de lesões continuam trabalhando e por esse motivo não fazem parte das estatísticas oficiais.

Transcrito do jornal Vale Paraibano 20 de Julho de 2004

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