Câncer de Mama – Ministério da Saúde garante acesso a mamografia a partir dos 40 anos

Câncer de Mama – Ministério da Saúde garante acesso a mamografia a partir dos 40 anos

Complementando nosso artigo sobre  Cancer de mama, trouxemos esse comunicado do Ministério da Saúde por conta de sua máxima importância.

Introdução:

A experiência laboral aponta que há um aumento preocupante no número de casos de câncer de mama em jovens. Estudos indicam um crescimento significativo nas últimas décadas.

O Instituto Nacional de Câncer (INCA) e outras fontes indicam essa tendência de aumento de casos de câncer de mama em mulheres abaixo dos 50 anos, especialmente na faixa dos 30 e poucos anos.

Fatores como obesidade, sedentarismo, consumo de álcool, tabagismo, histórico familiar e alterações genéticas são considerados fatores importantes nessa população mais jovem.

O mais temeroso é que muitas jovens subestimam os sintomas devido à baixa conscientização sobre o risco de câncer nessa idade, o que pode levar a diagnósticos mais tardios com prognósticos bastante negativos. Esse risco vem acrescido com estudos que mostram que o câncer de mama em mulheres mais jovens pode apresentar tumores maiores, status de linfonodos positivos e estadiamento clínico mais avançado no momento do diagnóstico.

O câncer de mama é a neoplasia maligna mais incidente em mulheres e, também, acomete homens.

Nossos trabalhos tem sempre o foco na PREVENÇÃO.

 

O que é o Câncer de Mama:

É um crescimento celular desordenado, ou seja, é uma doença resultante da multiplicação de células anormais da mama, que forma um tumor com potencial de invadir outros órgãos. Há vários tipos de câncer de mama. Alguns se desenvolvem rapidamente, e outros, não. A maioria dos casos tem boa resposta ao tratamento, principalmente quando diagnosticado e tratado no início.

No Brasil é o tipo mais comum, depois do câncer de pele, e também é o que causa mais mortes por câncer em mulheres. Pode acometer homens também.

No Brasil temos 73.610 casos novos estimados em 2025 e 20.165 mortes em 2023  Fonte:  CARTILHA MINISTÉRIO DA SAÚDE 2025

O câncer de mama tem seu prognóstico e tratamento definidos pela localização do tumor, idade da pessoa no momento do diagnóstico e estadiamento da doença. Também são considerados fatores de risco baseados em critérios histopatológicos, biológicos, moleculares e genéticos.

De forma geral, o prognóstico é mais favorável quando o câncer é diagnosticado e tratado precocemente, em comparação aos casos identificados em estágios mais avançados ou com metástases.

 

Sinais e sintomas de alerta mais comuns:

 -Nódulo ou caroço é o sintoma ou alerta mais comum, é um nódulo indolor na mama, que muitas vezes é o primeiro sinal notado pela própria mulher. 

– Alterações na pele da mama, inchaço, dor, retração do mamilo, ou uma área de espessamento. 

Aparecimento de um gânglio (íngua) palpável na axila também pode ser um sinal, que requer investigação médica imediata. 

De acordo com o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas do Câncer de Mama a recomendação atual é que os seguintes sinais e sintomas sejam considerados como de referência urgente:

  • Qualquer nódulo mamário em mulheres com mais de 50 anos;
  • Nódulo mamário em mulheres com mais de 30 anos, que persistem por mais de um ciclo menstrual;
  • Nódulo mamário de consistência endurecida e fixo ou que vem aumentando de tamanho, em mulheres adultas de qualquer idade;
  • Descarga papilar sanguinolenta unilateral (secreção com sangue de um único mamilo);
  • Mudança no formato do mamilo e retração na pele da mama;
  • Lesão eczematosa da pele que não responde a tratamentos tópicos (Ferida ou irritação na pele do bico do seio que parece uma alergia ou micose, mas que não melhora com pomadas comuns);
  • Homens com mais de 50 anos com tumoração palpável unilateral (Caroço que aparece e pode ser sentido em apenas uma das mamas);
  • Presença de linfadenopatia axilar (Ínguas ou caroços na axila); e
  •  Aumento progressivo do tamanho da mama com a presença de sinais de edema, como pele com aspecto de casca de laranja.

Fonte: Ministério da Saúde 

 

Diagnóstico e prevenção:

  • Exames laboratoriais: Marcadores tumorais:

No caso do câncer de mama, alguns dos marcadores tumorais são de bastante relevância:

Antígeno Carcinoembrionário (CEA): Esse antígeno é detectado no sangue periférico e, embora o CEA seja mais frequentemente associado ao câncer colorretal, seus níveis podem estar elevados em casos avançados de câncer de mama metastático. Assim, ele pode ser útil para monitorar a progressão da doença.

CA 15.3: Essa proteína está presente no soro sanguíneo de pacientes com câncer de mama e está associada à detecção da proteína MUC1 (mucina epitelial polimórfica). O objetivo dessa dosagem é avaliar a presença de metástase, mesmo quando ela não apresenta sintomas evidentes da doença. Dessa forma, torna-se uma ferramenta importante no acompanhamento clínico de pacientes com câncer de mama.

CA 27.29: O organismo produz esse antígeno composto por carboidrato, e os profissionais devem sempre avaliá-lo em conjunto com outros marcadores. Em 80% dos casos, os cânceres de mama apresentam níveis elevados de CA 27.29, possibilitando, assim, o diagnóstico precoce e a detecção de recidivas em pacientes em acompanhamento.

Receptor de Estrogênio (ER), Receptor de Progesterona (PR) e HER2: Embora não sejam tradicionalmente considerados marcadores tumorais, a avaliação dos receptores hormonais (ER e PR) e do receptor HER2 é essencial na determinação do subtipo do câncer de mama e no direcionamento do tratamento. Com isso, essas análises ajudam a personalizar a terapia, aumentando as chances de eficácia do tratamento.

  • Métodos de Diagnóstico por  Imagem do Câncer de Mama

Mamografia: A mamografia é uma ferramenta de triagem eficaz para o câncer de mama. Ela utiliza raios-X para detectar anomalias nas mamas, permitindo identificar possíveis alterações de forma precoce e eficaz.

A mamografia é considerada o exame mais importante para o rastreamento: ela consegue identificar alterações no tecido mamário antes mesmo que um nódulo seja percebido no exame clínico ou no autoexame. (exame de toque)

A mamografia é um exame de imagem feito por meio de radiografias de baixa dose. Ela pode ser utilizada tanto para o rastreamento de mulheres sem sintomas quanto para o diagnóstico em casos em que há sinais suspeitos, como nódulos ou secreções

Sua principal vantagem é permitir a detecção precoce de alterações, o que aumenta as possibilidades de tratamento eficaz, reduz a mortalidade e favorece a realização de procedimentos menos invasivos. 

Embora a mamografia seja o principal método de rastreamento, as diretrizes internacionais e do INCA focam seu rastreamento organizado em mulheres a partir dos 50 anos, recomendando o início aos 40 anos em alguns contextos e a avaliação médica individual para mulheres mais jovens.

Diante do quadro de aumento de casos em jovens, partimos para o controle simplificado e efetivamente indicado é o exame de toque. Uma orientação básica que deve ser levada a todos de maneira lúdica e clara desde os primeiros entendimentos. Essa rotina pode até fazer parte da rotina de higiene. O mais precoce possível. Como dizemos, UM TOQUE PODE SALVAR SUA VIDA! – Projeto Pirâmide Rosa.

As novas recomendações do Ministério da Saúde para a realização da mamografia vem como parte da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama.

Pela primeira vez, o exame passa a ser recomendado “sob demanda” para mulheres de 40 a 49 anos, mediante vontade da paciente e indicação médica.

Até agora, o protocolo oficial do Sistema Único de Saúde (SUS) orientava a mamografia apenas para mulheres de 50 a 69 anos, a cada dois anos, mesmo sem sinais ou sintomas. Com as mudanças, o Ministério passa a recomendar:

40 a 49 anos: acesso garantido ao exame, sem rastreamento obrigatório a cada dois anos;

50 a 74 anos: rastreamento populacional bienal;

Acima dos 74 anos: decisão individualizada, de acordo com comorbidades e expectativa de vida.

Fonte: Ministério da Saúde   

Ultrassonografia Mamária: A ultrassonografia é frequentemente usada para complementar a mamografia, especialmente em pacientes jovens ou quando se precisa avaliar áreas suspeitas com mais precisão. Dessa forma, ela auxilia na identificação de lesões que podem não ser detectadas pela mamografia, especialmente em mamas mais densas.

Ressonância Magnética Mamária: A ressonância magnética é uma ferramenta sensível que pode ser utilizada em casos de alto risco ou quando a mamografia e a ultrassonografia não fornecem informações claras. Assim, ela permite uma análise mais detalhada, ajudando a detectar alterações nas mamas que os outros exames podem não identificar.

  • Métodos de exames citológicos do Câncer de Mama

Biópsia: A biópsia é o método definitivo para o diagnóstico do câncer de mama. Ela envolve a coleta de uma amostra de tecido para análise patológica, permitindo a confirmação do diagnóstico de maneira precisa. Portanto, a biópsia é um passo crucial após a detecção de anomalias nos exames de imagem.

Biópsia Líquida: A biópsia líquida é uma técnica inovadora que envolve a detecção de material genético do câncer de mama no sangue. Essa técnica pode ser útil na monitorização da resposta ao tratamento e na detecção precoce de recorrência, oferecendo uma abordagem menos invasiva e promissora para o acompanhamento de pacientes com câncer de mama.

 

Fatores de risco para o Câncer de Mama:

Fatores relacionados ao aumento do risco de desenvolver o câncer de mama

O câncer de mama não tem uma causa única. Diversos fatores estão relacionados ao aumento do risco de desenvolver a doença, tais como: idade, fatores endócrinos/história reprodutiva, fatores comportamentais/ambientais e fatores genéticos/hereditários (Adami et al., 2008).

Mulheres a partir dos 50 anos de idade têm maior risco de desenvolver câncer de mama. O acúmulo de exposições ao longo da vida e as próprias alterações biológicas com o envelhecimento aumentam, de modo geral, esse risco (Silva e Silva, 2005; WHO, 2018). 

Os fatores endócrinos/história reprodutiva estão relacionados principalmente ao estímulo estrogênico, seja endógeno ou exógeno, com aumento do risco quanto maior for a exposição. Esses fatores incluem: história de menarca precoce (idade da primeira menstruação menor que 12 anos), menopausa tardia (após os 55 anos), primeira gravidez após os 30 anos, nuliparidade, uso de contraceptivos orais por tempo prolongado (estrogênio-progesterona) e terapia de reposição hormonal pós-menopausa (estrogênio-progesterona), especialmente por mais de 5 anos (Silva e Silva, 2005; WHO, 2018; Iarc, 2021).

Os fatores comportamentais/ambientais bem estabelecidos incluem a ingestão de bebida alcoólica, sobrepeso e obesidade, inatividade física e exposição à radiação ionizante (Inumaru et al., 2011; Anothaisintawee et al., 2013; WHO, 2018; WCRF/AICR, 2018; INCA, 2020, IARC, 2021a e b). O tabagismo, fator estudado ao longo dos anos com resultados contraditórios, é atualmente classificado pela International Agency for Research on Cancer (IARC) como agente carcinogênico com limitada evidência para câncer de mama em humanos (Iarc, 2021). São evidências sugestivas, mas não conclusivas, de que ele possivelmente aumenta o risco desse tipo de câncer (Jemal et al., 2019; Drope et al., 2018).

A exposição a determinadas substâncias e ambientes, como agrotóxicos, benzeno, campos eletromagnéticos de baixa frequência, campos magnéticos, compostos orgânicos voláteis (componentes químicos presentes em diversos tipos de materiais sintéticos ou naturais, caracterizados por sua alta pressão de vapor sob condições normais, fazendo com que se transformem em gás ao entrar em contato com a atmosfera, hormônios e dioxinas (poluentes orgânicos altamente tóxicos ao ambiente e que demoram muitos anos para serem eliminados, oriundos de subprodutos de processos industriais e de combustão) pode também estar associada ao desenvolvimento do câncer de mama. Os profissionais que apresentam risco aumentado de desenvolvimento da doença são os cabeleireiros, operadores de rádio e telefone, enfermeiros e auxiliares de enfermagem, comissários de bordo e trabalhadores noturnos. As atividades econômicas que mais se relacionam ao desenvolvimento da doença são as da indústria da borracha e plástico, química e refinaria de petróleo (Engel et al, 2018; Fenga, 2016).

O risco de câncer de mama devido à radiação ionizante é proporcional à dose e à frequência (Adami et al., 2008). Doses altas ou moderadas de radiação ionizante (como as que ocorrem nas mulheres expostas a tratamento de radioterapia no tórax em idade jovem) ou mesmo doses baixas e frequentes (como as que ocorrem em mulheres expostas a dezenas de exames de mamografia) aumentam o risco de desenvolvimento do câncer de mama.

Mulheres que possuem vários casos de câncer de mama e/ou pelo menos um caso de câncer de ovário em parentes consanguíneos, sobretudo em idade jovem, ou câncer de mama em homem, em parente consanguíneo, podem ter predisposição hereditária e são consideradas de risco elevado para a doença. O câncer de mama de caráter hereditário corresponde, por sua vez, a 5% a 10% do total de casos (Adami et al., 2008). Os fatores genéticos associados a essa predisposição foram relacionados à presença de mutações em determinados genes. Essas mutações são mais comumente encontradas nos genes BRCA1 e BRCA2, mas também são frequentes em outros genes como: PALB2, CHEK2, BARD1, ATM, RAD51C, RAD51D e TP53 (Breast Cancer Association Consortium, 2021). Conheça outras informações sobre o câncer familial.

Mulheres com mamas densas (compostas predominantemente de tecido fibroglandular) podem ter um risco maior de desenvolver câncer de mama. Isso ocorre pois há mais células que podem se tornar cancerosas e também por dificultar a descoberta de caroços ou alterações suspeitas de câncer de mama. Essa informação sobre a densidade mamária só é disponível no laudo mamográfico, que apresenta a categorização do sistema BI-RADS®. As letras de A a D indicam o quão densas são as mamas examinadas e variam de A (muito pouco densas, predominantemente constituída de gordura) a D (extremamente densas).  

Referências

 ADAMI, H.; HUNTER, D.; TRICHOPOULOS, D. (ed.). Textbook of cancer epidemiology. 2. ed. Oxford: Oxford University Press, 2008.

ANOTHAISINTAWEE, T. et al. Risk factors of breast cancer: a systematic review and meta-analysis. Asia-Pacific Journal of Public Health, Hong Kong, v. 25, n. 5, p. 368-387, 2013. Disponível em: https://journals.sagepub.com/doi/pdf/10.1177/1010539513488795. Acesso em: 14 jun. 2021.

BREAST CANCER ASSOCIATION CONSORTIUM et al. Breast Cancer Risk Genes – Association Analysis in More than 113,000 Women. The New England Journal of Medicine, Boston, v. 384, n. 5, p. 428-439, Feb 2021. DOI 10.1056/NEJMoa1913948. Disponível em: https://www.nejm.org/doi/pdf/10.1056/NEJMoa1913948?articleTools=true. Acesso em: 14 jun. 2021.

DROPE, J. et al.  The Tobacco Atlas. Atlanta: American Cancer Society and Vital Strategies, 2018. Disponível em:<https://tobaccoatlas.org/topic/deaths/>. Acesso em: 6 jun. 2018.

ENGEL, CL, RASANAYAGAM, MS, GRAY, JM e RIZZO, J. Work and Female Breast Cancer: The State of the Evidence, 2002–2017. NEW SOLUTIONS: A Journal of Environmental and Occupational Health Policy 2018, Vol. 28(1) 55–78. DOI: 10.1177/1048291118758460. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/29658425/ Acesso em 17 out 24.

FENGA, C. Occupational exposure and risk of breast cancer (Review). BIOMEDICAL REPORTS 4: 282-292, 2016. DOI: 10.3892/br.2016.575 Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/26998264/ Acesso em 17 out 24.

GARBER, J. E. et al. Follow-up study of twenty-four families with Li-Fraumeni syndrome. Cancer Research, Baltimore, v. 51, n. 22, p. 6094-6097, Nov 1991. Disponível em: https://cancerres.aacrjournals.org/content/51/22/6094.full-text.pdf. Acesso em: 14 jun. 2021.

INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER JOSÉ ALENCAR GOMES DA SILVA. Dieta, nutrição, atividade física e câncer: uma perspectiva global: um resumo do terceiro relatório de especialistas com uma perspectiva brasileira. Rio de Janeiro: INCA, 2020. Disponível em: https://www.inca.gov.br/publicacoes/relatorios/dieta-nutricao-atividade-fisica-e-cancer-uma-perspectiva-global-um-resumo-do Acesso em: 30 ago. 2024.

INTERNATIONAL AGENCY FOR RESEARCH ON CANCER. IARC monographs of carcinogenic risks to humans and handbooks of cancer prevention. Lyon: IARC, 2021. Disponível em: https://monographs.iarc.who.int/human_cancer_known_causes_and_prevention… Acesso em: 13 maio 2021.

INTERNATIONAL AGENCY FOR RESEARCH ON CANCER. List of Classifications by cancer sites with sufficient or limited evidence in humans, IARC monograph volumes 1- 129. Lyon: IARC, 2020. Disponível em: https://monographs.iarc.who.int/wp-content/uploads/2019/07/Classifications_by_cancer_site.pdf. Acesso em: 13 maio 2021.

INUMARU, L. E.; SILVEIRA, E. A.; NAVES, M. M. V. Fatores de risco e de proteção para câncer de mama: uma revisão sistemática. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 27, n. 7, p. 1259-1270, 2011. Disponível em: https://www.scielo.br/j/csp/a/ZbRRyNH4HRLXSbFNMms6RgM/?lang=pt&format=pdf. Acesso em: 27 maio 2021.

JEMAL, A.; TORRE, L.; SOERJOMATARAM, I.; BRAY, F. (Eds). Risks of tobacco. In: ___. The Cancer Atlas. Third Ed. Atlanta, GA: American Cancer Society, 2019. Disponível em: https://canceratlas.cancer.org/risk-factors/risks-of-tobacco/ Acesso em: 20 jul. 2021.

PESATORI, A. C. Long-term Effects in the Population Exposed to Dioxin After the “Seveso Accident”, Epidemiology, v. 22 – Issue 1 – p S129, 2011 DIsponível em: doi 10.1097/01.ede.0000392065.08710.30

RATHOURE, A. K. Dioxins: source, origin and toxicity assessment. Biodiversity Int J. v. 2, n. 4, p. 310-314, 2018. DOI: 10.15406/bij.2018.02.00079

SILVA, M. M.; SILVA, V. H. Envelhecimento: importante fator de risco para o câncer. Arquivos Médicos do ABC, Santo André, v. 30, n. 1, p. 11-18, 2005. Disponível em: https://www.portalnepas.org.br/amabc/article/view/273. Acesso em: 27 maio 2021.

WORLD HEALTH ORGANIZATION. Health topics. Breast cancer: prevention and control. Geneva: WHO, 2020. Disponível em: https://www.who.int/cancer/detection/breastcancer/en/. Acesso em: 13 maio 2020.

WORLD CANCER RESEARCH FUND; AMERICAN INSTITUTE FOR CANCER RESEARCH. Diet, nutrition, physical activity and breast cancer 2017. London: WCRF, 2018. (Continuous update project). Disponível em: https://www.wcrf.org/wp-content/uploads/2021/02/Breast-cancer-report.pdf. Acesso em: 15 jun. 2021.

Fonte: Instituto Nacional de Câncer – INCA

 

Reconstrução Mamária:
– O Ministério da Saúde instituiu estratégia excepcional de ampliação do acesso à reconstrução mamária em caso de mulheres com diagnóstico de câncer de mama, no âmbito do Sistema Único de Saúde – SUS, por meio da publicação da Portaria GM/MS nº 127/2023.
– As mulheres com diagnóstico de câncer de mama submetidas à mastectomia total (radical ou simples) prévia ou aquelas com indicação de reconstrução mamária no mesmo ato cirúrgico.
– Essa portaria prevê a habilitação de hospitais, atualmente habilitados na alta complexidade em oncologia no SUS, para realização do procedimento de Reconstrução Mamária Pós-Mastectomia Total (04.10.01.021-9), condicionados aos critérios estabelecidos por esta normativa. Essa iniciativa propõe ampliar o número de reconstruções mamárias em pacientes submetidas à mastectomia.

Artigo elaborado por: Dra. Célia Wada – CRF SP 7043  /  CRF RJ 34658

 

ARTIGO – Ministério da Saúde garante acesso a mamografia a partir dos 40 anos

Exame poderá ser feito sob demanda mesmo sem sintomas, em decisão conjunta com o profissional de saúde. Medida visa ampliar detecção precoce do câncer de mama

Publicado em 23/09/2025 

Ministério da Saúde vai garantir o acesso a mamografia no SUS a mulheres de 40 a 49 anos mesmo sem sinais ou sintomas de câncer. Essa faixa etária concentra 23% dos casos da doença e a detecção precoce aumenta as chances de cura. A medida faz parte de um conjunto de ações anunciadas nesta terça-feira (23/09) pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, voltado à melhoria do diagnóstico e assistência, com início do atendimento móvel em 22 estados pelo Agora Tem Especialistas e da oferta de medicamentos mais modernos.  

A recomendação para as mulheres a partir dos 40 anos é que o exame seja feito sob demanda, em decisão conjunta com o profissional de saúde. A paciente deve ser orientada sobre os benefícios e desvantagens de fazer o rastreamento. Mulheres nesta idade tinham dificuldade com o exame na rede pública de saúde por conta da avaliação de histórico familiar ou necessidade de já apresentar sintomas. Apesar disso, as mamografias no SUS em pacientes com menos de 50 anos representam 30% do total, equivalente a mais de 1 milhão em 2024. 

“Garantir a mamografia a partir dos 40 anos no SUS é uma decisão histórica. Estamos ampliando o acesso ao diagnóstico precoce em uma faixa etária que concentra quase um quarto dos casos de câncer de mama. Enquanto alguns países erguem barreiras e restringem direitos, o Brasil dá o exemplo ao priorizar a saúde das mulheres e fortalecer o sistema público”, afirmou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha. 

Outra medida é a ampliação da faixa etária para o rastreamento ativo, quando a mamografia deve ser solicitada de forma preventiva a cada dois anos. A idade limite, que até então era de 69 anos, passará a ser até 74 anos. Quase 60% dos casos da doença estão concentrados dos 50 aos 74 anos e o envelhecimento é um fator de risco para o câncer de mama.  

A ampliação do acesso à mamografia aproxima o Brasil de práticas internacionais, como as adotadas na Austrália, e reforça o compromisso em garantir diagnóstico precoce e cuidado integral às mulheres brasileiras. O câncer de mama é o mais comum e o que mais mata mulheres, com 37 mil casos por ano.  

Em 2024, o Sistema Único de Saúde (SUS) realizou aproximadamente 4 milhões de mamografias para rastreamento e 376,7 mil exames diagnósticos. Esses números refletem a manutenção de uma ampla cobertura no país, reforçando a importância do rastreamento e do diagnóstico precoce do câncer de mama para salvar vidas e garantir mais qualidade na atenção à saúde das mulheres. 

Agora Tem Especialistas: unidades móveis para reduzir tempo de espera 

No mês de conscientização sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama, o Ministério da Saúde fará uma grande mobilização com a oferta de 27 carretas de saúde da mulher em 22 estados. As carretas serão contratadas pela AgSUS. A ação faz parte do programa Agora Tem Especialistas, voltada a expansão do acesso a consultas, exames e cirurgias para redução do tempo de espera no SUS. Os primeiros testes dessa ação foram realizados na cidade de Goiânia (GO) e, agora em outubro, seguem para diferentes estados do país. 

No evento, Alexandre Padilha destacou que o programa do governo federal visa criar, no Brasil, a maior rede pública de prevenção, diagnóstico e tratamento do câncer do mundo. “Isso envolve pesquisa, inovação, formação de profissionais, fortalecimento do Inca e parceria com estados e municípios. O que estamos anunciando neste Outubro Rosa não é apenas para este mês, mas para deixar um legado permanente para as próximas gerações,” disse. 

Para o ministro, só o diagnóstico precoce pode inverter a situação da mortalidade. “Temos a responsabilidade de fazer, neste ano, o Outubro Rosa mais potente da história dos 35 anos do SUS. Precisamos garantir que as mulheres tenham acesso ao exame no momento certo e ao início do tratamento o mais rapidamente possível. É isso que dá sentido às mudanças que estamos implementando no rastreamento”, afirmou o ministro da Saúde. 

As unidades móveis vão oferecer uma ampla gama de serviços para o diagnóstico precoce de câncer de mama e de colo do útero, incluindo mamografia, ultrassonografia, punção e biópsia de mama, colposcopia e consultas médicas presenciais e por telemedicina. A expectativa é alcançar até 120 mil atendimentos ao longo de outubro, com investimento de R$ 18 milhões para a execução da ação.

Pelo Agora Tem Especialistas, já foram entregues 11 aceleradores lineares em quatro estados. A expectativa é entregar 121 até o fim de 2026. 

Outra iniciativa é a aquisição de 60 kits de biópsia, com investimento de R$ 120 milhões, por meio do novo edital do Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica (PRONON). Cada kit contará com uma mesa de biópsia estereotática em decúbito ventral e um equipamento de Raio-X especializado. Os equipamentos utilizam tecnologia de imagem 2D e 3D, garantindo maior precisão diagnóstica e reduzindo a necessidade de repetição de procedimentos.  

A ação dá continuidade aos avanços do Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica (PRONON) e do Agora Tem Especialistas, iniciativas do Ministério da Saúde que fortalecem as ações de prevenção e combate ao câncer no país. Em 2024, o programa destinou R$ 142,3 milhões para a oncologia viabilizando a entrega de 13 aceleradores lineares e 3 tomógrafos, ampliando a capacidade de diagnóstico e tratamento na rede pública. 

Oferta de medicamentos mais modernos para tratamento de câncer de mama 

A partir de outubro, o SUS vai disponibilizar novos medicamentos para o tratamento do câncer de mama. Um deles é o trastuzumabe entansina, indicado para mulheres com câncer de mama que ainda apresentam sinais da doença mesmo após a primeira fase do tratamento com quimioterapia antes da cirurgia. O outro grupo são os inibidores de ciclinas (abemaciclibe, palbociclibe e ribociclibe), recomendados para pacientes com câncer de mama avançado ou metastático, quando a doença já se espalhou para outras partes do corpo, e que têm receptor hormonal positivo e negativo.

“Estamos incorporando medicamentos de última geração ao SUS, com negociações que garantiram até 50% de desconto. Isso significa que milhares de mulheres terão acesso a terapias modernas, que em outros países só chegam a quem pode pagar. Essa é a diferença de um sistema universal: aqui, saúde é direito e não privilégio”, finalizou Alexandre Padilha. 

Guias para aprimorar o cuidado na atenção primária 

Para fortalecer o cuidado ao paciente com suspeita de câncer desde à Atenção Primária, porta de entrada do SUS, até a Atenção Especializada, o Ministério da Saúde instituiu, em junho de 2025, o Grupo de Trabalho para o Enfrentamento do Câncer de Mama. Até o final de outubro, o GT apresentará como resultados o Manual de Diagnóstico Precoce de Alta Suspeição em Adultos, o Manual de Diagnóstico de Alto Risco para Câncer de Mama, o Guia Prático de Rastreamento do câncer de mama e colo do útero na Atenção Primária e o Guia de Bolso para Agentes Comunitários de Saúde. Esses materiais trazem recomendações atualizadas e baseadas em evidências para orientar profissionais da Atenção Primária e agentes comunitários em todo o país. 

EM QUALQUER IDADE, PROCURE ATENDIMENTO AO NOTAR SINAIS OU SINTOMAS:
• Nódulo mamário.
• Pele avermelhada ou semelhante à casca de laranja.
• Alterações no mamilo ou saída espontânea de líquido de um dos seios.
• Pequenos nódulos nas axilas ou no pescoço

Acesse a apresentação sobre o Outubro Rosa

Edjalma Borges
Ministério da Saúde

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