O FIM DA “ERA DO LIXO”- “RESÍDUO NÃO É LIXO”

O FIM DA “ERA DO LIXO”- “RESÍDUO NÃO É LIXO”

O fim da “Era do Lixo”- “Resíduo NÃO É LIXO”

Este artigo tem a finalidade de fazer você imaginar e viajar um pouquinho no mundo do lixo.

Vamos falar um pouco sobre nossos resíduos.

Vamos falar sobre o que são, como são e quem produz os denominados “resíduos” ou, popularmente chamado de: LIXO.

Vamos falar sobre a “dita” problemática do LIXO porque:

Todos nós somos “geradores” ou seja, todos nós produzimos lixo. A cada movimento, a cada procedimento, produzimos resíduos que, geralmente “achamos” que é lixo.

Todos nós processamos vários materiais durante o dia, em diferentes circunstâncias, com diferentes resultados.

A respiração é um exemplo básico: absorvemos O² e eliminamos CO², ou seja, no processo da respiração, nossa matéria prima é o oxigênio e nosso resíduo é o gás carbônico: Elementar, óbvio e direto!

Pensando dessa forma, você já parou para pensar e verificar o que VOCÊ produz de “lixo” durante um dia?.

Mas, antes de imaginar o quanto você produz, deixo uma pergunta básica:
o que você acha que é lixo?

Você vai poder pensar e responder no final deste artigo.
Vamos falar um pouco sobre o assunto.
A destinação dos resíduos sólidos começou a ser repensada há algum tempo em várias esferas da sociedade.
Da necessidade real ao marketing social, o tema encontra espaço em toda a mídia.
Do indivíduo que separa seu resíduo (que normalmente o denomina de lixo) para a coleta seletiva ao empresário que busca aumentar sua eficiência produzindo menos resíduos ou reciclando-os, passando por iniciativas de administrações públicas preocupadas com a sustentabilidade, todas, mais uma vez, encontra o espaço em nossa mídia.

Das pequenas ações às grandes determinações, todas importantes dentro de seus objetivos, porém, ainda, nada definitivamente eficaz.

Os resíduos aumentam, se acumulam, e, a cada dia, aumenta a problemática dos impactos sanitários x ambientais oriundos desse acúmulo ou, por que não dizer, dessa falta de gestão eficiente.

Problemas de saúde pública, problemas de desperdício de matéria prima, problemas sociais, problemas diversos…

Devido às especificidades de cada tipo de resíduo (urbano, hospitalar, industrial, de construção, etc.) e também em relação à cadeia produtiva a que pertencem, faz-se necessário o desenvolvimento de projetos e legislações que visem o correto gerenciamento dos resíduos para dar a destinação final adequada a cada um deles e/ou realizar a reciclagem/tratamento mais eficiente, tanto do ponto de vista ambiental quanto econômico.

Para a formatação dessas determinações legais, a grande problemática que observamos é:

Acumulo de Resíduo: Quem é, REALMENTE, responsável?

Quem é responsável pelo resíduo formado? Ou, em outras palavras, quem é responsável pelo resíduo GERADO?

Acreditamos que a pergunta deveria ser: QUEM GEROU O RESÍDUO?

Essa questão parece óbvia, porém, o conceito do “pós-consumo impactante” ainda não está sendo vista como um determinante fundamental dentro da cadeia de corresponsabilidade do poluidor – pagador.

Esse tema gera grandes discussões, principalmente junto aos gestores que se recusam a admitir a necessidade de equipes multidisciplinares dentro de uma política de Gestão de Risco Plena, visando um maior entendimento e conhecimento técnico no que compete a determinados e pontuais riscos.

Com a entrada em vigor do PNRS – muitas determinações existentes nessa lei passam a vigorar. Cabe a cada um de nós, que realmente entende de seu determinado segmento, analisar, estudar e comentar seu segmento, dentro dessa política.

Abaixo, algumas breves observações:

POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS

No final do ano passado um passo importante foi dado: A publicação do decreto de regulamentação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), Lei 12.305.

A Lei estabelece:

O fim dos aterros sanitários irregulares até 2015;

Enquadra como crime ambiental a gestão inadequada de resíduos sólidos entendendo que a destinação final adequada deva ser a reciclagem, a compostagem, o aproveitamento energético, dentre outras;

Regulamenta etapas do processo como coleta, transporte, transbordo e tratamento;

Estabelece a responsabilidade compartilhada entre fabricantes, importadores, distribuidores e, inclusive, o consumidor, pelo ciclo de vida dos produtos;

O não cumprimento das normas estabelecidas poderão gerar multas que variam de quinhentos a dez milhões de Reais.

Em conformidade com uma tendência mundial, a lei brasileira incorpora conceitos já adotados na Europa com bastante êxito. Já é possível ver tecnologias e processos sendo importados de outros países que tiveram que se enquadrar em leis parecidas desde meados dos anos 90

Logística Reversa

Resumidamente, logística reversa é o processo de retorno de um material do ponto de consumo até sua origem. O exemplo clássico de logística reversa é o processo em que um vasilhame vazio retorna para o estabelecimento comercial que, por sua vez, retorna ao fabricante da bebida para ser tratada e reutilizada, fechando o ciclo.

Estes ciclos são especialmente virtuosos em termos ambientais quando realizados com eficiência, pois poupam o meio ambiente da extração de mais matéria-prima, reduzem o volume dos aterros, contribuindo para o alcance das metas estabelecidas em lei, e geram empregos para atividades correlatas quando, por exemplo, a destinação final é a reciclagem de partes do produto.

Dentro desse contexto é importantíssimo que se analise o custo real desse processo, ou seja, os índices de sustentabilidade do processo são fundamentais para a análise da viabilidade econômica x ambiental desse processo.

Projeto de gestão de resíduos sólidos

Projetos bem elaborados na área de gerenciamento de resíduos sólidos trazem mais vantagens para as organizações do que somente evitar as multas em virtude da lei. Das menores às grandes minimizações, todas são ambientalmente importantes. Em geral, os projetos ajudam a dimensionar melhor os recursos, gerando economia na produção e até, dependendo da natureza própria da atividade, podem gerar receita secundária, tornando-se um investimento de retorno direto e indireto, com mitigação de impactos e incremento de visibilidade.

RESUMINDO:

Os resíduos apenas passam a se tornar um problema quando olhamos para eles como “lixo”.

Se entendermos e tivermos a real consciência de que “RESÍDUO NÃO É LIXO”, automaticamente, criaremos políticas e passaremos a dar um destino nobre, consciente e rentável a esse resíduo, deixando de transformá-lo em lixo, tornando–o a matéria prima de outras cadeias produtivas e, daí, com certeza, teremos o fim da “Era do Lixo”.

Agora a nossa pergunta inicial:

E você, quanto “lixo” produz?

Célia Wada

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