Share on facebook
Share on google
Share on twitter
Share on linkedin
Share on email
Share on whatsapp

Síndrome Metabólica

Não existe um único critério aceito universalmente para definir a Síndrome.

Os dois mais aceitos são os da Organização Mundial de Saúde (OMS) e os do National Cholesterol Education Program (NCEP) – americano. Porém o Brasil também dispõe do seu Consenso Brasileiro sobre Síndrome Metabólica, documento referendado por diversas entidades médicas.

Matéria escrita pela Nutricionista

Lizandra C. Calvo de Souza – NUTRICIONISTA

Síndrome Metabólica

 A síndrome metabólica (SM) é um transtorno bem complexo causada por diversos fatores de risco cardiometabólico, como hipertensão arterial sistêmica, dislipidemia (LDL-c alto, HDL-c baixo, triglicérides alto), obesidade, resistência à insulina, sendo os principais a obesidade central (acúmulo de gordura abdominal) e a resistência à insulina.

Ao longo dos anos houve um interesse crescente nesta constelação de fatores de risco cardiovascular intimamente relacionados. Embora a associação de vários desses fatores de risco seja conhecida há mais de 80 anos, o agrupamento recebeu pouca atenção até 1988, quando Reaven descreveu a síndrome X: resistência à insulina, hiperglicemia, hipertensão, colesterol HDL baixo e triglicerídeos.  Surpreendentemente, ele omitiu a obesidade, agora vista por muitos como um componente essencial, especialmente a obesidade visceral. Vários nomes foram posteriormente propostos, sendo o mais popular a síndrome metabólica.

Atualmente o aumento da SM se deve ao alto consumo de calorias e ao pequeno gasto energético causado pincipalmente pelo estilo de vida atual e pelo padrão de dieta tipicamente ocidental, ou seja, repleto de gorduras saturadas, açúcar, pobre em frutas, verduras, legumes e cereais integrais.  Portanto é necessário prevenir o surgimento da SM desde cedo através da adoção de hábitos saudáveis como a prática de atividade física regular e alimentação equilibrada com diminuição de calorias, redução de açúcar livre e ingestão de carboidratos preferencialmente na forma de frutas, verduras, legumes e grãos integrais.

Estudos apontam que neste contexto a dieta Low Carb (LC), ou seja, dieta com diminuição de carboidratos, tem papel importante na prevenção e no tratamento da SM, pois, combate os fatores que causam a doença diminuindo o risco de morte por eventos cardiovasculares. Em adultos jovens, por exemplo, prevenir a resistência à insulina diminui em 42% o risco de infarto do miocárdio, e de acordo com evidência científica uma dieta rica em verduras, legumes e peixes, é benéfica para pacientes diabéticos e consequentemente para quem tem resistência à insulina, além de contribuir para a diminuição do peso corporal.

Então para se ver livre dos fatores que causam a SM mantenha uma vida ativa, realize atividades físicas regularmente, elimine o açúcar (doces, refrigerantes, sucos artificiais), reduza de forma significativa a ingestão de carboidratos refinados (pães, massas, biscoitos, bolos) e consuma diariamente verduras, legumes, frutas, carboidratos de baixo índice glicêmico (mandioca, abóbora, mandioquinha, inhame, cará), reduza o estresse e procure ter um sono reparador.

Referências bibliográficas:

Reaven G. A função da resistência insulínica na enfermidade humana. Diabetes. 1988; 37: 1595-1607.

Eddy D, Schlessinger L, Kahn R, Peskin B, Schiebinger R. Relantionship of insulin resistance and related metabolic variables to coronary artery Disease: A mathematical analysis. Diabete Care 2009; 32(2): 361-366. Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2628708/#!po=47.9592

Swedish C, Health TA. Dietary treatment of diabetes: A systematic review. SBU Yelow Report 2010; (201). Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK447999/

Gepner Y, Shelef I, Schwarzfuchs D, Zelicha H, Tene L, Meir AY, Tsaban G, Cohen N, Bril N, Rein M, Serfaty D, Kenigsbuch S, Komy O, Wolak A, Chassidim Y, Golan R, Avni-Hassid H, Bilitzky A,Sarusi B, Goshen E, Shemesh E, Henkin Y, Stumyoll M, Bluher M,Thiery J, Ceglareek U, Rudich A, Stampfer MJ, Shai I. Effect of distinct lifestyle interventions on mobilization of fat storage pool: The central mri randomized controlled trial. Circulation 2017; 137(11): 1143-57. Disponível em: http://circ.ahajournals.org/content/early/2017/11/14/CIRCULATIONAHA.117.030501

Cornier MA, Donahoo WT, Pereira R, Gurevich I, Westergren R, Enerback S, Eckel PJ, Goalstone ML, Hill JO, Eckel RH, Draznin B. Insulin Sensitivity Determines the Effectiveness of Dietary Macronutrient Composition on Weight Loss in Obese Women. Obesity, 2005; 13(04): 703-09. Disponível em: https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1038/oby.2005.79

Laney PCC, Morrison AS, Goree LLT, Ellis AC, Casazza K, Desmond R, Gower BA. Return of hunger following a relatively high carbohydrate breakfast is associated with earlier recorded glucose peak and nadir. Appetite 2014; 80: 236-41. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4204795/

Tay J, Marsh NDL, Thompson CH, Noakes M, Buckley JD, Wittert GA, Jr WSY, Brinkworth GD. A Very Low-Carbohydrate, Low–Saturated Fat Diet for Type 2 Diabetes Management:A Randomized Trial. Diabetes Care 2014; 37(11): 2909 -18. Disponível em: http://care.diabetesjournals.org/content/37/11/2909

Brehm BJ, Seeley RJ, Daniels SR, D’Alessio DA. A Randomized Trial Comparing a Very Low Carbohydrate Diet and a Calorie-Restricted Low Fat Diet on Body Weight and Cardiovascular Risk Factors in Healthy Women. The Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism 2003; 88(4): 1617-23. Disponível em: https://academic.oup.com/jcem/article/88/4/1617/2845298

Mahshid D, Andrew M, Xiaohe Z, Sumathi S, Wei L, Viswanathan M, Iqbal R, Kumar R, Viljoen EW, Rosengren A, Amma LI, Avezum A, Chifamba J, Diaz R, Katib R, Lear S, Jaramillo PL, Liu X, Gupta R, Mohammadifard N, Gao N, Oguz A, Ramli AS, Seron P, Sun Y, Szuba A, Tsolekile L. Wielgosz A, Yusuf R, Yusufali AH, Teo KK,  Rangarajan S, Dagenais G, Bangdiwala S, Islam S, Anand SS, Yusuf S. Associations of fats and carbohydrate intake with cardiovascular disease and mortality in 18 countries from five continents (PURE): a prospective cohort study. The Lancet 2017; 390(10107): 2050-62. Disponível em: http:// www.thelancet.com/journals/lancet/article/PIIS0140-6736%2817%2932252-3/fulltext?elsca1=tlxpr

Lizandra C. de Souza

liznutri.cs@gmail.com

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *